A) Em 1506, Antonio Gallo demonstrou desconhecimento sobre a 'audacíssima proeza', a 1ª viagem do Almirante Cristóvão Colon (1492-93), porque:
- o seu irmão Bartolomeu Colon não participou nessa 1ª viagem,
- Bartolomeu só chegou a Castela, vindo de Inglaterra e França, depois dos seus dois irmãos, Almirante Cristóvão Colon e Diego Colon, terem partido para a 2ª viagem em Setembro de 1493, e
- os Reis Católicos entregaram-lhe três navios para se ir juntar aos irmãos, tendo ele chegado à Hispaniola em Julho de 1494. No documento de entrega é designado por Don Bartolomé Colon.
B) Gallo poderia saber da existência da família dos tecelões Colombo de Génova, mas
- não se atreveu a colocar Giacomo Colombo, irmão do Cristoforo Colombo, na pele de Diego Colon, um dos irmãos Colon.
C) O seu testemunho não tem valor probatório, porque só indirectamente terá tido conhecimento da 1ª viagem do Almirante Colon, através da divulgação em toda a Europa da carta que este remeteu, de Lisboa, ao tesoureiro dos Reis Católicos, carta em que o nome Colon foi deturpado, a dado passo da cadeia de divulgação.
Antonio
Gallo poderia, eventualmente, conhecer razoavelmente ou ter-se informado sobre
a existência da família dos tecelões Colombo. No entanto, demonstra que nada
conhecia directamente sobre a viagem do Almirante Cristóvão Colon. O irmão
Bartolomeu Colon não participou na descoberta, ou seja na
'audacíssima proeza'. Portanto, o Bartolomeo Colombo não teria participado
junto com o Cristoforo Colombo caso fosse este o Almirante como defende o Prof.
Thomaz. Além disso, no ano em que Gallo escreveu o 'Comentariolus' já deveria
saber que havia três irmãos Colon envolvidos no conjunto das viagens e colonização:
Cristóvão, Bartolomeu e Diego.
Diego Colon
viajou logo com o Almirante na segunda viagem, iniciada em Setembro de 1493 e
Bartolomeu só viajou para a Hispaniola em 1494, onde terá chegado em Julho,
porque os Reis Católicos, quando este se apresentou na corte após regressar de
Inglaterra e França, lhe tinham entregado três navios para que se juntasse a
seu irmão. Nos respectivos documentos oficiais é designado por Don Bartolomé
Colon. Mas, António Gallo apesar de aparentemente conhecer a família dos
tecelões e saber da existência do Jacomo Colombo não se atreveu a chamar-lhe
Diego Colon.
O
testemunho de Gallo (Antonii Galli
Navigatione Columbi per inaccessum antea Oceanum Commentariolus, in MURATORI, Ludovico - Rerum Italicarum scriptores, Vol. XXIII, 1733, págs. 301-304) não tem assim nenhuma fiabilidade probatória porque resulta
apenas do eventual conhecimento directo da existência da família dos tecelões
Colombo e de conhecimento indirecto da viajem do Almirante Colon que foi
divulgada em toda a Europa a partir da carta que este remeteu desde Lisboa para
o tesoureiro dos Reis Católicos, Luis de Santangel. A dado passo dessa cadeia
de divulgação houve deturpação no nome do Almirante, como se descreverá
oportunamente.
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