domingo, 12 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #8 ('Provas' 11-13)

 

'Prova' {11} - pág. 85:

Escrevendo c. 1535 Gonzalo Fernández de Oviedo equaciona bem o problema:

fué natural de la província de Liguria, que es en Italia, en la cual cae la cibdad e señoria de Génova; unos dicen que de Saona, e otros de un pequeno lugar o villaje, dicho Nervi ... y por más cierto se tiene que fué natural de un lugar dicho Cugurei {11}

 ACC:

A menção a tantas hipotéticas localidades (Nervi, Cugureo, Bugiasco, Génova, Savona, Piacenza, Milão e outras) para naturalidade do Almirante reforça que se tratava de um boato e não de uma certeza factual, como apontámos em resposta à ‘prova’ {6}.

Localidade onde houvesse Colombos tornava-se quase automaticamente candidata a ser o berço do Colombo tecelão.


'Provas' {12} e {13} - pág. 86:

Os dois únicos cronistas portugueses que conheceram pessoalmente o descobridor, Rui de Pina {12} e Garcia de Resende {13}, dizem-no simplesmente "italiano"…

 ACC:

Para contrariar os argumentos de que os cronistas se limitaram a copiar uns aos outros, o Prof. Thomaz invoca que a primeira crónica do Novo Mundo a circular impressa foram as décadas De Orbe Novo de Pedro Mártir de Angléria, em latim, publicadas em 1511, seguindo-se a crónica de Gonzalo Fernández de Oviedo em Sevilha, 1535.

Afirma que Garcia de Resende copiou Rui de Pina mas que nenhum dos dois cronistas portugueses dá mostras de ter conhecido Angléria e muito menos Oviedo, porque Pina faleceu antes da publicação de Oviedo e Resende logo depois. Naturalmente que o autor se refere a terem conhecido as obras e não os respectivos autores. O Prof. Thomaz não afirma que Rui de Pina não teve conhecimento das décadas de Angléria, mas apenas que não dá mostras de ter conhecido, o que não é bem a mesma coisa. No entanto, o Prof. Thomaz afirma deixar de lado a brochura da carta a Santángel, de que falará mais tarde segundo diz. A seu tempo veremos como o fará, mas desde já destacamos que é à difusão dessa brochura que muito se deve a propagação do boato.

Aliás, o Prof. Thomaz não especifica em que condições teriam os dois cronistas portugueses conhecido o Almirante, e que apenas se referiram ao episódio da sua vinda a Lisboa em 1493 e ao seu encontro com D. João II. Nada escreveram sobre o seu passado, que segundo outros teria envolvido a proposta do projecto de navegação para Ocidente ao Rei português, nem sobre o seu casamento em Portugal, nem sequer sobre a visita do Almirante à Rainha no Convento de Santo António da Castanheira, a pedido desta, após o encontro do navegador com D. João II. Limitou-se Rui de Pina, portanto, a mencionar um acontecimento, no qual não há indicação de que tenha estado presente, tendo descoberto que o protagonista era italiano, embora falasse em castelhano/português. O relato de Rui de Pina, que se sabe ter sido preparado uns anos depois, acaba por demonstrar que não assistiu aos acontecimentos, pois menciona que o Almirante arribou ao Restelo no dia 6 de Março, quando tal aconteceu no dia 4 e que vinha do descobrimento das ilhas de Cipango e d’Antília, descrição esta que remete para os autores clássicos e para a carta de Toscanelli a Fernão Martins em 1474, a que Colon teve acesso e não ao que o Almirante afirmava no seu regresso em 1493.

De qualquer forma há sempre que ter em conta as hipóteses de ligações do Almirante Colon com a vasta colónia de comerciantes e financeiros florentinos e genoveses em Lisboa ou na Madeira, onde Colon também viveu, sem esquecer que casou com Filipa Moniz Perestrelo, descendente de uma família de origens 'italianas'

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #7 ('Prova' 10)

 

'Prova' {10} - pág.84: 

Quando H. Colón fala do mistério do nome paterno - Christophorus, ou seja, "portador de Cristo", Columbus, isto é pombo, figura do Espírito Santo, não está certamente a pensar num enigma policial como ... mas de um mistério no sentido original do termo, que é próprio da linguagem mística e religiosa, exprimindo profeticamente a predestinação de Colombo {10} (transcreve a frase de D. Hernando)

 

ACC:

No enunciado da prova {10} limitámo-nos a indicar que, logo após, o autor transcrevia a frase de D. Hernando. Para que se perceba bem a sua intenção, somos forçados a transcrever a frase de D. Hernando tal como consta no livro do Prof. Thomaz:

… siccome la maggior parte delle sue cose furono operate per alcun mistero, così quello che tocca alla varietà di cotal nome e cognome non avvenne senza mistero. Molti nomi potremmo addurre in esempio, che non senza occulta causa furono posti per indizio dell'effetto che aveva a provenire, (…) Perché, se abbiamo riguardo al cognome comune dei suoi maggiori, diremo che veramente fu colombo, in quanto portò la grazia dello Spirito Santo a quel nuovo mondo che egli scoprì.

Ora esta frase, no texto de D. Hernando, na parte que não foi transcrita pelo Prof. Thomaz, continua assim:

“mostrando, secondo che nel battesimo di San Giovanni Battista lo Spirito Santo in figura di colomba mostrò, qual era il figliuolo diletto di Dio, che ivi non si conosceva, e perché sopra le acque dell'Oceano medesimamente portò, come la colomba di Noè, l'olivo e l'olio del battesimo per l'unione e pace che quelle genti con la chiesa dovevano avere, poiché erano rinchiuse nell'arca delle tenebre e confusione. E per conseguenza gli venne a proposito il cognome di Colón, che ritornò a rinnovare, poiché in greco vuol dire membro, acciò che, essendo il suo proprio nome Cristoforo, si sapesse di chi era membro, cioè di Cristo, per cui a salute di quelle genti egli aveva ad esser mandato. Ed appresso, se cotal suo nome noi vogliamo ridurre alla pronuncia latina, ch'è Christophorus Colonus, diremo che, siccome si dice che San Cristoforo ebbe quel nome perché passava Cristo per le profondità delle acque con tanto pericolo, onde fu detto Cristoforo, e siccome portava e conduceva le genti, le quali alcun altro non sarebbe bastato a passare, così l'Ammiraglio, che fu Christophorus Colonus, chiedendo a Cristo il suo aiuto, e che l'aiutasse in quel pericolo del suo passaggio, passò lui e i suoi ministri acciò che facessero quelle genti indiane coloni, e abitatori della chiesa trionfante dei cieli, poiché egli è da credere che molte anime, le quali Satanasso sperava di godere, non essendovi chi le passasse per quell'acqua del battesimo, da lui siano state fatte Coloni e abitatrici della eterna gloria del Paradiso.”

Como se lê, D. Hernando não escreveu Christophorus Columbus como o Prof. Thomaz quis fazer crer, mas sim Christophorus Colonus.

Se é lícito ao autor que interprete a palavra ‘mistério’ no sentido próprio da linguagem mística e religiosa, não lhe é lícito que promova a adulteração do nome do Almirante escrito por D. Hernando.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Colombo genovês , o tio errado #6 ('Provas' 8, 9)

'Prova' {8} - pág. 77:

No rol das suas (D. Hernando) vontades incluiu recomendação para que se prosseguisse a aquisição de livros, recorrendo de preferência a livreiros genoveses, a quem o guarda-livros deve explicar que o é da

libreria Fernandina, que istituyó Don Fernando Colón, hijo de Don Cristóbal Colón, Ginovés {8} primero Almirante que descubrió las Índias, y que por razón de ser de la patriaa del fundador le pide por merced le favorezca en lo que se ofreciere en aquella tierra, porque así lo dexó istituído y aamonestado a los sumistas que lo ficiesen, y que en su nombre se lo pudiesen, porque sabía que siempre hallaría de los de su patria muy buena ayuda.

 

ACC:

Como atrás se disse, "Não é de excluir que o Almirante, na sequência dos boatos que lhe atribuíram um nome e uma origem que não eram seus mas que se lhe tornaram convenientes, tenha resolvido transmitir ao filho apenas isso, como se constituísse a verdade."

Ou seja, D. Hernando terá aceitado como boa a indicação de que seu pai era genovês, ou mesmo que dela desconfiasse, era-lhe útil para este aspecto.

 

'Prova' {9} - pág. 77:

Para as exéquias de D. Hernando foram, conforme seu desejo, convidados los señores y caballeros de esta ciudad (de Sevilla) y todos los señores genoveses de la nación del Señor D. Hernando {9} Nota 100

 Nota 100: Declarações do testamenteiro de D. Hernando, Licº Marcos Felipe, pub. por D. Miguel Salvá & D. Pedro Sainz de Baranda, Colección de Documentos Inéditos para la História de Espanha, tomo XVI, Madrid 1850

 

ACC:

Admitindo como boas as declarações do testamenteiro de D. Hernando, dado que não são cláusulas do testamento, é de notar que se trata de uma frase do testamenteiro, Lic.º Marcos Filipe e não de D. Hernando. Trata-se, obviamente, de uma generalização da ideia de que o Almirante era genovês, pois no testamento D. Hernando incluiu uma cláusula assaz interessante: 

"Pero quiero avisar al depositario que quando acaescere de poder embiar sumista ó outra persona por los libros, que procure que sea Italiano é si Italiano no fuere, que sea Francés ó Aleman que haya tenido mucha platica fuera de Alemania en Italia ó Francia ó España porque siendo de qualquiera destas 3 naciones va más seguro fuera de España, é le miran con mejores ojos que no al Español.

Y esto tengo muy esperimentado quando yo andava fuera destos reinos de España sempre hablava italiano do quiera que fuese por no parecer Español.

Y con esto bendito N.tro S.or escapé de muchos peligros en que me vi y en que feneciera se supieran que era Español".

O que demonstra e reforça quão importante era para D. Hernando assumir uma ascendência não espanhola e a sua quase obsessão no envolvimento com comerciantes genoveses, patente ao longo de todo o testamento. 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #5 ('Provas' 6, 7)

 

'Provas' {6} e {7} - págs 73-74:

[D. Hernando] E depois de fingir ignorar o nome dos avós, declara no capítulo lxxii (=lxxiii) que Bartolomeu Colombo, irmão de Cristóvão, adelantado e governador das Índias durante a ausência deste em Castela, havia dado o nome de Santo Domingo à cidade que fundara, in commemorazione di suo padre, che si chiamava Domenico {6}

[Oviedo] o primeiro cronista das Índias de Castela, se bem que se equivoque no ano, escrevendo 1494 em vez de 1498. Mandaria porém, a honestidade citar o texto in extensu:

... e llegó a este puerto, según algunos dicen, domingo, dia del glorioso Sancto Domingo, a cinco dias de Agosto, año de mill cuatrocientos y noventa y cuatro años... Pero, inquiriendo yo e deseando saber la verdad por qué esta cibdad se llamó Sancto Domingo, dicen que demás de haber allí venido a poblar en domingo e dia de Santo Domingo, se le dió tal nombre porque el adre del primer Almirante y del Adelantado su hermano, se llamó Dominico, y que en su memoria el fijo llamó Sancto Domingo a esta cibdad. {7}


ACC:

Não é possível afirmar-se peremptoriamente que D. Hernando fingiu ignorar o nome dos avós. Como pode ter-se a certeza que fingiu e não de que efectivamente ignorava o nome dos avós?

Expressa o Prof. Thomaz a opinião de que "Não é crível que D. Hernando, que acompanhou seu pai na sua quarta viagem ao Novo Mundo, de 3 de Abril de 1502 a 7 de Novembro de 1504 e teve por conseguinte dois anos e meio para o interrogar sobre o seu passado", ou seja, assume que isso seria só por si suficiente para que o Almirante revelasse a seu jovem filho todo o seu passado. Trata-se de uma interpretação subjectiva do Prof. Thomaz.

Mas o próprio D. Hernando escreve que por respeito e temor filial não insistiu com o pai de forma a conseguir arrancar-lhe os mais íntimos segredos. D. Hernando era ainda menor de idade e esse período poderá ter sido o único que partilharam. Sintomaticamente, são conhecidas diversas cartas do Almirante para seu filho legítimo Diogo, mas nenhuma para Hernando.

Não é de excluir que o Almirante, na sequência dos boatos que lhe atribuíram um nome e uma origem que não eram seus mas que se lhe tornaram convenientes, tenha resolvido transmitir ao filho apenas isso, como se constituísse a verdade. Ou nem sequer teve que ser ele a transmitir-lho pessoalmente, pois o boato foi alastrando.

O facto de D. Hernando apontar (in Historia do Almirante, cap. I) o nome de diversas localidades da Ligúria e Lombardia (Nervi, Cugureo, Bugiasco, Génova, Savona, Piacenza) de onde seu pai poderia ser natural, demonstra que o Almirante foi extremamente evasivo no que lhe terá dito sobre esse assunto. O surgimento de tantas hipotéticas localidades para naturalidade do Almirante reforça que se tratava de um boato e não de uma certeza factual.

O que é reforçado por D. Hernando ter descrito que se deslocou a Cugureo para tentar obter informações sobre os dois irmãos Colombo que eram os mais ricos do castelo, nada tendo conseguido saber. (in Historia do Almirante, cap. II).

Quanto ao nome de Santo Domingo, na História do Almirante consta que Bartolomé Colon o atribuiu em homenagem a seu pai que se chamava Domenico, mas por exemplo o cronista Gonzalo de Oviedo indica que o fez porque fundou a povoação num Domingo e dia de S. Domingos [de Gusmão] e também porque seu pai se chamava Dominico.

Nesse caso não teria sido Santo Domenico ou San Domenico?

Escreve o Prof. Thomaz (pág. 74) que tanto Las Casas como Herrera atestam que Colombo discordou do nome da cidade e preferiu chamar-lhe "Isabela Nueva", nome que foi de pouco efeito.

Mas o autor não extrai deste facto qualquer conclusão, ou seja, uma inevitável conclusão: se o nome da cidade fosse atribuído para homenagear o 'pai Domenico', iria o Almirante substituí-lo por outro?

domingo, 5 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #4 ('Prova' 5)

 

'Prova' {5} - pág. 73:

[D. Hernando] … depois de dar a crer que não sabia ao certo de onde era oriundo seu pai, aventando entre outros lugares, Placência da Lombardia como sua pátria – o que lhe permitia insinuar o seu parentesco com os Colombos nobres dessa cidade – descai-se no capítulo V a dizer que quando Colombo se salvou a nado da batalha do Cabo S. Vicente, se dirigiu a Lisboa dove sapeva che si trovavano molti della sua nazione genovese; ... essendo conosciuto da loro ... i.e. "onde sabia que se encontravam muitos da sua nação genovesa; ... sendo deles conhecido ..." {5}

 

ACC:

Na obra de D. Hernando consta efectivamente, no cap. V

E poiché non era lontano da Lisbona, dove sapeva che si ritrovavano molti della sua nazione genovese, più presto che potè si trasferì quivi dove, essendo conosciuto da loro, gli fu fatta tanta cortesia e sì buona accoglienza che mise casa in quella città e tolse moglie.

Precisamente no mesmo cap. V em que se relata a batalha naval do cabo S. Vicente, que D. Hernando descreve com uma precisão tal que a permite situar em 1485, sem outra hipótese alternativa, tendo os historiadores, incluindo o Prof. Thomaz (Cristóvão Colombo, o Genovês, meu tio por afinidade) decidido que ele se enganou:

"Como veremos, D. Hernando confunde no entanto a batalha naval de 13 de Agosto de 1476 com a que se travou nove anos mais tarde, a 21 do mesmo mês, em que o tal Colombo-o-Moço ou Jorge Bissipat tomou parte ao serviço da França, atacando uma urca flamenga e quatro galeaças venezianas em que vinha para Portugal o primeiro embaixador veneziano". (in THOMAZ, L.F., Op. cit; págs. 53/54).

 

Como Bartolomé de las Casas na sua História das Índias (Tomo I, cap. IV, pág. 52), refere também a ida de Colombo para Lisboa onde havia muitos da sua nação genovesa, e las Casas faleceu (1566) antes da publicação em italiano (1571) da História do Almirante de Hernando Colón, será seguro deduzir que teve acesso ao manuscrito original de D. Hernando, em castelhano, não podendo ser aduzido que a referência à nação genovesa se trate de interpolação do editor ou do tradutor de D. Hernando.

O que deve ter-se em consideração, tal como invoca o Prof. Thomaz, é que D. Hernando escreveu a História do Almirante em plena fase dos Pleitos colombinos, contra a Coroa espanhola, e que, por isso, era necessário continuar a narrativa que atribuía ao Almirante a origem genovesa. No momento próprio, i.e. em resposta à 'prova' correspondente, será abordada a génese desta narrativa.

De qualquer forma saliente-se a incongruência dos historiadores que decidiram que D. Hernando se enganou na batalha, mas aceitam como boa a descrição dos acontecimentos subsequentes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #3 ('Prova' 4)


'Prova' {4} - pág. 51:

Em contrapartida sabe-se que em 1633 o 5º Duque de Verágua, D. Álvaro Jacinto Colón de Portugal y la Bastida, tetraneto de Cristóvão Colombo, no regresso de uma viagem à Flandres, visitou Gènova, onde foi recebido com todas as honras. O Sereníssimo Senado da República enviou o sub-chanceler Mercante a saudá-lo nos Paços do príncipe de Valdetaro onde pousava; e o Duque correspondeu a essa amabilidade, enviando dizer ao Senado que "tendo ele origem em damas genovesas, se estimava filho daquela república e teria como seu ofício servi-la e honrá-la com o título de Sereníssima ou por qualquer outra maneira que lhe fosse possível" {4}

 

ACC:

Pode aceitar-se como estando publicado o documento / bibliografia onde constará este episódio, o que não é relevante para o caso,. Note-se que D. Álvaro Jacinto deveria ter tanto conhecimento sobre a origem familiar do seu tetravô como tinham os seus antecessores, isto é, neblina e boatos da origem genovesa. Como tal, não é de surpreender que em viagem a Génova resolvesse ser simpático para com os seus anfitriões e se intitulasse de origem em damas genovesas. Hoje em dia ainda há quem ache que, mesmo por afinidade, tem relação familiar com as mesmas damas. Certamente que 'damas' era um tratamento reservado às mulheres dos tecelões !!!


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Colombo genovês, o tio errado #2 ('Provas' 2, 3)

 

'Provas' {2} e {3} - pág. 41:

... É deste velho preconceito que provém a irritação de D. Hernando - que, sem embargo, se ufanava das suas  origens italianas, como teremos ocasião de ver, contra Giustiniani:

Pelas quais palavras manifesta cousa é que ele não exerceu arte mecânica ou manual, pois ele próprio diz que (CC) empregou a puerícia em aprender as letras e a juventude na arte navigatória e na cosmografia, e a sua idade adulta nos descobrimentos. De modo que o mesmo Giustiniani é convicto de falso historiador e se dá a conhecer por inconsiderado, ou parcial, ou malévolo conterrâneo {2}, pois falando ele de uma pessoa assinalada e que tanta honra trouxe à sua pátria {3} de que o mesmo Giustiniani se fez cronista ...

 

ACC:

Não é Hernando Colon quem afirma que seu pai, o Almirante, era conterrâneo e da pátria de Giustiniani. É o genovês Giustiniani, no Psalterio e nos Annali di Genova, quem atribui a origem genovesa ao Almirante. Como tal, Hernando critica o genovês Giustiniani por este lançar boatos sobre uma pessoa a quem chamou sua conterrânea.