'Prova' {105}
Embora já posterior à morte do navegador ... a relação
apresentada ao Senado de Veneza a 16.XI.1525 por Gasparo Contarini, embaixador
da Sereníssima República na corte espanhola, em que, após referir as questões
de limites entre Portugal e Castela surgidas al tempo di Colombo
genovese, afirma que naquele momento era governador de Santo Domingo o
almirante D. Diego, figliulo di Colombo genovese {105}
Esta alegação baseia-se em escritos e
afirmações bastante posteriores aos acontecimentos e da autoria de quem não
faria a mínima ideia de quem era o Almirante.
'Prova' {106}
A habilitação de D. Diego Colón, filho do 2º Almirante
D. Diego, e portanto neto de D. Cristóvão, para ser admitido na Ordem de
Santiago, em Madrid a 8.III.1535, em que três testemunhas, Diego Méndez, Pedro
de Arana e Rodrigo Barreda afiançaram que o dito almirante e vice-rei era filho
de Christoval Colon ginovés {106} , natural de
Savona segundo a primeira testemunha de um lugar da Senhoria de Génova que não
sabiam identificar segundo as outras duas
ACC:
Sobre a habilitação do neto do Almirante à
Ordem de Santiago, referida na alegação, em que três testemunhas que
conviveram com o Almirante o disseram genovês, basta lembrar ao Prof. Thomaz
que também nos Pleitos sucessórios, mais de um século depois dos factos
inquiridos se apresentou Baldassare Colombo, de
Cuccaro Monferrato, trineto de Francisquino Colombo, munido de uma declaração
em que quatro dezenas de testemunhas em Monferrato asseguraram que Francisquino
era irmão de Domenico Colombo, pai de Cristoforo Colombo. Francisquino e
Domenico seriam filhos de Lancia Colombo, dos Senhores de Cuccaro.
Se o que as
testemunhas juraram era verdade, então toda a história do tecelão genovês,
defendida pelo Prof. Thomaz, só teria lugar no lixo sem direito a debate nem
contraditório, pois nessa história, Domenico Colombo, pai de Cristoforo
Colombo, era irmão de António Colombo de Quinto e filho de Giovanni Colombo de
Moconesi.
Se não era verdade, qual é então o valor de quaisquer testemunhos proferidos por interesseiros, coniventes ou comprometidos?
Tenha-se
ainda em conta que Diego Mendez, fiel servidor do Almirante, era filho adoptivo
do Conde de Penamacor, D. Lopo de Albuquerque, e em Castela sempre mentiu sobre
a sua própria identidade. Se mentia sobre a sua identidade porque isso lhe era
conveniente, porque razão não mentiria sobre a identidade do amo a quem serviu
dedicadamente, de tal forma que até foi graças à sua voluntariosa decisão de
remar numa pequena e rudimentar piroga desde a Jamaica até à Hispaniola, para
alcançar socorro para toda a tripulação que ali ficara retida por mais de um
ano devido à impossibilidade da caravela voltar a navegar, que o Almirante
Colon tal como o filho Hernando e restante tripulação, conseguiram sobreviver e
regressar.
Para o ingresso nas Ordens Militares era condição que o candidato pertencesse às classes sociais elevadas de linhagem antiga e não tivesse ascendência judaica.
Se o
Almirante fosse o tal tecelão genovês, seria uma impossibilidade que o seu neto
cumprisse essas condições de acesso à Ordem.
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