'Prova' {26} - pág.
155:
Mas se o futuro descobridor só chegou a Portugal nesta batalha (1476) porque deixou ele em codicilos apensos ao seu último testamento, exarado na antevéspera da sua morte, legados a favor de dosi genoveses da frota de 1476 que provavelmente o ajudaram a salvar-se ou a instalar-se em Lisboa, Paolo di Negro, irmão de Gian António di Negro, comandante da galeaça Bettinella, e Battista Spínola, filho de Nicolò Spínola, comandante de um barinel da mesma frota?
ACC:
Se, tal como Hernando Colón relata, o milagroso salvamento a nado nas águas do Cabo de S. Vicente ocorreu em sequência da batalha naval de 1485 entre a armada corsária a que pertencia o Almirante e quatro galeras venezianas, não há nenhum envolvimento desses genoveses citados pelo autor.
Se, pelo contrário, tivesse ocorrido em 1476 como defendem o Prof. Thomaz e os genovistas, ninguém
o ajudou a salvar-se, pois o filho relata que nadou duas léguas até alcançar
terra, agarrando-se por vezes a um remo.
Ora nessa refrega de 1476, arderam as embarcações genovesas de Nicoló Spinola e de Teramo Squarciafico, bem como a urca flamenga Bechalla. As duas outras embarcações genovesas, ou seja, as galeaças de Gioffredo Spinola e de Gian Antonio di Negro conseguiram fugir para Cádiz. Como poderiam então ter ajudado o Almirante a salvar-se se este chegou a nado até à costa portuguesa e depois se dirigiu para Lisboa, segundo o relato do filho e as referidas galeaças integraram nova expedição comercial genovesa em Dezembro, com destino às Ilhas Britânicas, retomando a expedição desastrosamente interrompida em Agosto? (conforme THOMAZ, L.F. Op. Cit., pág. 160).
Os legados não têm, portanto, nenhuma relação com
alegada ajuda para salvar-se ou instalar-se em Lisboa.
Todas as pessoas referidas, menos uma, que não se
sabe, viviam em Portugal, tal como Colon.
Quanto ao facto de serem destinados a dois genoveses,
é um aspecto que se aborda seguidamente em {27} e {28}.
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