segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Colombo genovês, o tio errado # 24 ('Prova' 42)

 {42} – págs. 232/3:

Foi por isso que, entrementes, tentou oferecer os seus préstimos aos reis de Inglaterra e de França - o que, diga-se de passagem, invalida por si só a ideia de que tenha agido de conivência com D. João II, com o deliberado escopo de atrair os espanhóis para ocidente.

 

ACC:

Como se viu em {40}, a duração da ausência de Bartolomeu em Inglaterra e a carta do Almirante ao Conselho dos Reis Católicos são susceptíveis de levantar dúvidas sobre o verdadeiro objectivo da sua viagem. Admitindo, por hipótese, que o objectivo fosse mesmo o de oferecer os préstimos nos reinos de Inglaterra e França isso não invalida a ideia de que o Almirante tenha agido de conivência com D. João II. Imaginando que um desses reis comunicava a aceitação a Bartolomeu, tal facto até ajudaria a convencer os Reis Católicos. E se não ajudasse de imediato, provavelmente os incentivaria quando se apercebessem dos preparativos de viagem nesse reino. De qualquer forma, o possível envolvimento de Inglaterra ou França em viagens para Ocidente em nada prejudicaria os interesses portugueses nas costas africanas nem na procura de um caminho marítimo para a Índia. Curiosamente, a verificar-se que Henrique VII rejeitou a proposta em 1490, tê-lo-ia feito em data em que os portugueses já tinham aberto essa via marítima, podendo admitir-se também como hipótese que Bartolomeu só teria apresentado efectivamente a proposta depois de ter sabido as notícias da reunião de Dezembro de 1488, com a presença do seu irmão, de D. João II e de Bartolomeu Dias.

Novamente, o que o Prof. Thomaz considera a prova {42} nada tem a ver com a pretensa genovesidade do Almirante.

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