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Foi por isso que, entrementes, tentou oferecer os seus
préstimos aos reis de Inglaterra e de França - o que, diga-se de passagem,
invalida por si só a ideia de que tenha agido de conivência com D.
João II, com o deliberado escopo de atrair os espanhóis para ocidente.
ACC:
Como se viu em {40}, a duração da ausência de
Bartolomeu em Inglaterra e a carta do Almirante ao Conselho dos Reis Católicos
são susceptíveis de levantar dúvidas sobre o verdadeiro objectivo da sua
viagem. Admitindo, por hipótese, que o objectivo fosse mesmo o de oferecer os
préstimos nos reinos de Inglaterra e França isso não invalida a ideia de que o
Almirante tenha agido de conivência com D. João II. Imaginando que um desses
reis comunicava a aceitação a Bartolomeu, tal facto até ajudaria a convencer os
Reis Católicos. E se não ajudasse de imediato, provavelmente os incentivaria
quando se apercebessem dos preparativos de viagem nesse reino. De qualquer
forma, o possível envolvimento de Inglaterra ou França em viagens para Ocidente
em nada prejudicaria os interesses portugueses nas costas africanas nem na
procura de um caminho marítimo para a Índia. Curiosamente, a verificar-se que
Henrique VII rejeitou a proposta em 1490, tê-lo-ia feito em data em que os
portugueses já tinham aberto essa via marítima, podendo admitir-se também como
hipótese que Bartolomeu só teria apresentado efectivamente a proposta depois de
ter sabido as notícias da reunião de Dezembro de 1488, com a presença do seu
irmão, de D. João II e de Bartolomeu Dias.
Novamente, o que o Prof. Thomaz considera a prova {42}
nada tem a ver com a pretensa genovesidade do Almirante.
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