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E, de facto, D. Cristóvão soube manter as distâncias,
pois na documentação da época seus primos João e André Colombo jamais recebem
nem o título de don nem o apelido de Colón, continuando sempre
a ser designados pelo seu sobrenome italiano.
ACC:
Não está demonstrado que João e André Colombo fossem
primos primos do Almirante. Nem sequer que eram primos do Cristoforo Colombo
genovês. Este João seria o Juan António Colombo que surge na terceira viagem a
comandar uma nau e é Las Casas quem escreve muito mais tarde, muito depois de
circular o boato de que o Almirante era um Colombo genovês, que ele seria um
parente do Almirante. Em nenhuma carta ou documento onde sejam mencionados, nem
o Almirante, nem os seus irmãos, nem os seus filhos se referem ao Juan António
ou ao Andrea como primos. O Prof. Thomaz entende que Juan António seria o Iohannes (Giovanni), um
primo do Cristoforo. Em 1460 este Iohannes, então com 14 anos e designado como
Iohannetus entrou como aprendiz de alfaiate e seus irmãos eram aprendizes de
tecelão. Assombrosamente notável como qualquer tecelão ou alfaiate genovês
tinha estas capacidades impensáveis de se transmutarem rapidamente em grandes
navegadores comandantes de navios no imenso Atlântico. Logo eles, que só
conheciam as águas muito mais calmas do Mediterrâneo, onde as amplitudes das
marés não ultrapassavam meio metro, como assinalou o Prof. Thomaz (pág. 161).
Não conseguindo explicar por que razão Giovanni
Colombo adaptaria apenas uma parte do seu nome - Giovanni, adicionando-lhe
ainda o António porque seria o nome de seu pai, o autor pretende ver aí uma
imposição do Almirante, para manter as distâncias. O André seria um Andrea que
surge referido uma vez como irmão de Juan Antonio, mas Giovanni não tem nenhum
irmão Andrea e na família genovesa de Cristoforo não há sequer nenhum Andrea.
Estes alegados parentescos serão aprofundados na
análise à ‘prova’ {88}.
Quanto ao título de Don que não receberam, nada tem a
ver com a imposição do Almirante para manter as distâncias, mas apenas com o
facto de, sendo uns meros marinheiros, não terem direito a tal tratamento,
reservado a estratos sociais elevados.
A propósito do tratamento por Don, como se explica que
Bartolomé fosse logo tratado por D. Bartolomé assim que os Reis lhe entregaram
três navios para se ir juntar ao irmão na Hispaniola se o Almirante apenas
tivesse tido direito pelas Capitulaciones? O que fez Bartolomeu para o merecer?
Ou já teria direito a ser Don? E o outro irmão, Diego, não foi também tratado
por D. Diego Colon na documentação oficial? Como se explica se fossem meros
tecelões?
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