'Prova' {66} - pág. 407:
Como adiantámos então, Colombo navegava à maneira
mediterrânica, pelo método do rumo e estima, embora, pelo menos
teoricamente, não desconhecesse a navegação por latitudes, que ao tempo
usavam já os portugueses.
ACC:
Como sempre tem vindo a fazer, o Prof. Thomaz tenta
fundir dois indivíduos num único personagem. Nesta frase, procura alegar a
genovesidade do Almirante argumentando que Christoval Colon navegou por rumo e
estima, sem recurso a métodos astronómicos, e que portanto seria um navegador
mediterrânico, obviamente pensando no seu Cristoforo Colombo genovês.
Apesar de mais à frente se lhe referir brevemente,
esconde o Prof. Thomaz que na rota seguida pelo Almirante, achar a latitude era
absolutamente inútil para determinar a distância percorrida, pois se os navios
seguiram sempre pelo mesmo rumo no paralelo das Canárias, para calcular a
distância percorrida tinham que estimar a velocidade, contando o tempo e o
respectivo deslocamento.
Diferente seria se o rumo fosse outro, atravessando
paralelos, em que poderiam calcular a distância medindo a diferenças de
alturas, do sol ou da polar, usando então tabelas que dariam a distância,
consoante o rumo. (Cf. ALBUQUERQUE, Luís – Curso de História da Náutica, Lisboa: Publ. Alfa, 1989. Págs.
26-39)
Mas o Prof. Thomaz, alegando que o Almirante navegava
à maneira mediterrânica, não consegue explicar como conseguiu ele percorrer
toda a largura do Atlântico Norte, de Leste para Oeste e de Oeste para Leste,
por rotas diferentes, sabendo sempre onde estava, sem nunca antes por lá ter
navegado. Foi pura intuição, afiança o Professor.
Prefere, pelo contrário, alegar a genovesidade de
Colon com base na sua navegação por rumo e estima, esquecendo porém que o seu
Colombo apenas está documentado como tecelão, sem um único documento que
permita admitir que tivesse sequer alguma vez navegado.
O Prof. Thomaz chega mesmo a inventar desculpas para
tal ausência documental: Colombo não faz parte do rol da tripulação nas duas
expedições genovesas a Xio em 1474/75 porque possivelmente terá ido como agente
comercial ou barbeiro (págs. 145-147) e Colombo não faz parte da tripulação da
frota genovesa que foi atacada em 1476 no Cabo de S. Vicente porque seria um
passageiro ou agente comercial (págs. 149-155).
Cabe assim perguntar ao Prof. Thomaz: quando é que o genovês Cristoforo Colombo foi navegador?
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