sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Colombo genovês, o tio errado # 40 ('Prova' 66)

 'Prova' {66} - pág. 407:

Como adiantámos então, Colombo navegava à maneira mediterrânica, pelo método do rumo e estima, embora, pelo menos teoricamente, não desconhecesse a navegação por latitudes, que ao tempo usavam já os portugueses.

 

ACC:

Como sempre tem vindo a fazer, o Prof. Thomaz tenta fundir dois indivíduos num único personagem. Nesta frase, procura alegar a genovesidade do Almirante argumentando que Christoval Colon navegou por rumo e estima, sem recurso a métodos astronómicos, e que portanto seria um navegador mediterrânico, obviamente pensando no seu Cristoforo Colombo genovês.

Apesar de mais à frente se lhe referir brevemente, esconde o Prof. Thomaz que na rota seguida pelo Almirante, achar a latitude era absolutamente inútil para determinar a distância percorrida, pois se os navios seguiram sempre pelo mesmo rumo no paralelo das Canárias, para calcular a distância percorrida tinham que estimar a velocidade, contando o tempo e o respectivo deslocamento.

Diferente seria se o rumo fosse outro, atravessando paralelos, em que poderiam calcular a distância medindo a diferenças de alturas, do sol ou da polar, usando então tabelas que dariam a distância, consoante o rumo. (Cf. ALBUQUERQUE, Luís – Curso de História da Náutica, Lisboa: Publ. Alfa, 1989. Págs. 26-39)

Mas o Prof. Thomaz, alegando que o Almirante navegava à maneira mediterrânica, não consegue explicar como conseguiu ele percorrer toda a largura do Atlântico Norte, de Leste para Oeste e de Oeste para Leste, por rotas diferentes, sabendo sempre onde estava, sem nunca antes por lá ter navegado. Foi pura intuição, afiança o Professor.

Prefere, pelo contrário, alegar a genovesidade de Colon com base na sua navegação por rumo e estima, esquecendo porém que o seu Colombo apenas está documentado como tecelão, sem um único documento que permita admitir que tivesse sequer alguma vez navegado.

O Prof. Thomaz chega mesmo a inventar desculpas para tal ausência documental: Colombo não faz parte do rol da tripulação nas duas expedições genovesas a Xio em 1474/75 porque possivelmente terá ido como agente comercial ou barbeiro (págs. 145-147) e Colombo não faz parte da tripulação da frota genovesa que foi atacada em 1476 no Cabo de S. Vicente porque seria um passageiro ou agente comercial (págs. 149-155).

Cabe assim perguntar ao Prof. Thomaz: quando é que o genovês Cristoforo Colombo foi navegador?

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