domingo, 6 de fevereiro de 2022

Colombo genovês, o tio errado # 41 ('Prova' 67)

 'Prova' {67} - pág. 449:

Quanto a Colombo, passados mais de sete anos, numa carta a D. Juana de la Torre... sentia ainda necessidade de justificar a sua arribada a Lisboa, que seus detractores insinuavam ter sido intencional:

Yo creo que se acordará Vuestra Merced, cuando la tormenta me echó en Lisbona, que fui acusado falsamente que avía yo ido allá al Rey para darle las Indias. Después supieran Sus Altezas el contrario y que todo fué com malicia ... Si esto es asi, adonde pudiera yo tener mejor arrimo y seguridad que en el Rey e Reina, nuestros Señores, que de nada {67} me an puesto en tanta honra y son los más altos príncipes por la mar y por la tierra del mundo?

 

 ACC:

Esta afirmação não tem qualquer relação com a alegada genovesidade do Almirante que o Prof. Thomaz pretende provar.

E de facto os seus detractores não estavam longe da razão. Comparando os registos no Diário com a carta a Luís de Santangel, constata-se que o Almirante mentiu na carta, por mais de uma vez: primeiro, com data de 15 de Fevereiro escreveu que estava na caravela sobre as ilhas de Canária – e os registos no Diário mostram que estava nos Açores; segundo, alegou que estando já no mar de Castela uma tempestade o arrastou para Lisboa – e os registos no Diário mostram que não estava no mar de Castela, mas sim já perto de Lisboa, para onde tinha feito rumo intencionalmente como se demonstra pelos cálculos com os rumos e distâncias, quando teria ocorrido a tempestade, se é que ocorreu. Há ainda dúvidas quanto à data da carta a Santangel, mas é certo que nela nada escreveu sobre o seu encontro com D. João II e sobre a visita à Rainha Dª Leonor.

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