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O primo João António
Entretanto haviam chegado a Génova novas do sucesso
das duas primeiras viagens colombinas e do prestígio que o descobridor
alcançara ante os reis e a nação. Foi nesse contexto que a 11.X.1496 seus
primos Giovanni, Matteo e Amighetto Colombo, filhos de seu tio paterno
Antonio Colombo {88}, decidiram enviar um deles a Espanha, a encontrar o
Almirante, comprometendo-se por escritura notarial a partilhar as
despesas da viagem, bem assim como os fundos que Giovanni, o
enviado, eventualmente recuperasse em Espanha – o que, a não
ser que tivessem sido responsabilizados pelas dívidas de Domenico, parece
constituir um eufemismo para designar as mercês que esperavam obter do primo
enriquecido.
Embora não
seja claro o que é que o Giovanni pretenderia recuperar em 1496, visto que os
genovistas alegam que o Cristoforo Colombo já não estaria em Génova desde antes
de 1476 e não se conhece nenhum registo de dívida sua aos três irmãos ou ao pai
deles, o acto notarial dos três irmãos está descrito (Cf. Raccolta, Parte II, Vol. I, pag. 161) e, no caso de realmente existir o seu original, é plausível que
o tenham feito por ter corrido o boato de que o Almirante era o tecelão
Cristoforo. Este acto notarial indica também que o tecelão Cristoforo não
estaria em Génova nesta data.
Entre a data
deste acto notarial e a partida do Almirante para a terceira viagem decorreu
cerca de um ano e meio, o que teria sido tempo suficiente para o Giovanni
Colombo ter ido a Espanha encontrar o Almirante, recuperar o que lhe fosse
devido e regressar a Génova. Mas não se conhece nenhum registo de que tenha
recebido nem dividido com os irmãos, pelo que fica a dúvida sobre o acto
notarial.
Este primo
João António, na opinião do Prof. Thomaz, ou Juan António, a quem o Almirante
nomeou como capitão de um dos navios na terceira viagem não é o primo Giovanni
do Cristoforo Colombo, pois
numa carta do Almirante a Frei Gaspar de Gorricio, de Sevilha, 4 de Janeiro de
1505, de que foi portador um certo Andrea este é referido como irmão de Juan
António. Nesse caso deveria este Andrea ter também subscrito o acto notarial de
1496, o que não aconteceu. Mas, na verdade, António Colombo, pai de Giovanni,
não tinha nenhum filho Andrea, pelo que se Andrea era irmão de Juan António,
então este Juan António não era o Giovanni Colombo.
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